segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Herança da Atlântida




Ser um Trabalhador da Luz na Nova Era

Jeshua através de Pamela Kribbe

Queridos amigos,

EU SOU Jeshua. Estou aqui à sua frente enviando-lhes a minha energia e o meu amor.
Eu gostaria de ser um apoio para vocês, nestes tempos desafiadores.
Esta época de transição na Terra traz muitas coisas antigas à superfície. Antigas energias emergem de tempos que há muito já se foram, tempos em que vocês estavam encarnados e tiveram vidas nas quais experienciaram muitas coisas. Todas essas antigas camadas estão vindo agora à superfície.
Hoje eu gostaria de falar sobre esses tempos antigos, para levá-los a uma compreensão mais profunda de si mesmos, de quem vocês são aqui e agora. Vocês são seres muito antigos, que carregam consigo muita experiência. Vocês fizeram muitas viagens através do tempo e do espaço, e não apenas no planeta Terra.
Por favor, permitam que eu os leve de volta ao começo. Nunca houve um começo, mas para facilitar esta história, vou falar de um começo no tempo, pois houve um ponto inicial no longo ciclo de encarnações, no qual vocês agora estão presos.
Estou levando-os para a época do seu nascimento como almas individuais, cada um como um “Eu” separado. A individualidade, que hoje é tão familiar para vocês, era um fenômeno totalmente novo no universo. Ser separado e individual lhes permite reunir uma infinidade de experiências… e ilusões também. Mas isto não torna essa experiência menos valiosa. É justamente sendo um “Eu”, sendo separado do todo, e experienciando as ilusões que fazem parte disso, que vocês podem descobrir o que não é. Vocês podem descobrir uma ilusão e vivenciá-la de dentro para fora. Antes, isto não era possível. Antes, havia o Um e nada fora dele, como um oceano indiferenciado de amor e unidade. Então, como seria possível experienciar o medo e a ignorância ali dentro?
Ao serem vulneráveis e propensos à ilusão, vocês reuniram uma enorme quantidade de experiência, que os capacitou a entender realmente o que a unidade significa, o que o amor significa, no nível da experiência. Vocês vão entender o que é o amor, não como um conceito abstrato, mas como uma força viva, criativa, que os movimenta e preenche os seus corações e espíritos com uma profunda sensação de alegria e satisfação. O final e a meta da sua jornada, a chegada ao Lar, pela qual vocês tanto anseiam é que cada um seja “Deus-como-você-é”, para experienciar a unidade como um “Eu”. Vocês não querem desistir da sua individualidade, pois é através da conexão do seu “Eu” com o todo, que cada um de vocês experiencia a alegria mais profunda e acrescenta o seu selo energético único a toda a criação. “Deus-como-você-é” acrescenta algo de novo e precioso à criação.
Peço-lhes que voltem para o tempo em que esse “ser um Eu” tomou forma pela primeira vez. Naquele momento, vocês eram ou foram criados como anjos. Podem vocês sentir a ternura e inocência daquela energia original, daquele começo distante em que vocês foram “moldados” pela primeira vez, daquele momento em que vocês conheceram a “forma”? De repente vocês se transformaram em um “você”, distinto e separado dos outros que estavam à sua volta, e vocês experienciaram o milagre de ser um indivíduo. Vocês ainda estavam tão próximos da fonte de luz divina, que foram preenchidos com amor, transbordando alegria e criatividade. Havia um desejo incrível em vocês de experimentar, de saber, de sentir e de criar. Por favor, voltem-se para dentro de si mesmos por um instante, e vejam se podem sentir a verdade disto: que cada um de vocês é um anjo, no mais profundo do seu ser...
Agora vou dar um salto grande no tempo, pois só posso descrever-lhes esta história extensa em linhas gerais. Levo-os ao começo do planeta Terra. Vocês estavam presentes ali, vocês são mais antigos do que a existência da Terra como um planeta físico. O seu nascimento como consciência individual imaculada aconteceu muito antes da origem da Terra.
Agora imaginem que vocês estavam contribuindo para o desenvolvimento da vida na Terra. Lentamente, a vida evoluía na Terra, através da presença de elementos materiais que ofereciam uma ampla variedade de possibilidades para a consciência encarnar em formas ou corpos materiais: minerais, plantas e, mais tarde, animais. E vocês estavam profundamente envolvidos nesse processo de criação. Como?
Vocês eram os anjos e devas que sustentavam e alimentavam o reino vegetal, que conheciam intimamente a “rede da vida” na Terra e gostavam muito dela. Vocês inclusive sustentaram as formas animais com amor, cuidados e nutrição etérica.
As lembranças que vocês carregam dentro de si do “paraíso” ou Jardim do Éden, de uma natureza perfeitamente equilibrada na qual vocês participaram cuidando e mantendo a vida, vêm de uma era muito antiga. Vocês ainda não estavam encarnados então, mas estavam pairando entre os reinos etérico e físico. Vocês estavam prestes a nascer na matéria.
Lembrem-se da inocência daquela época, lembrem-se como era ser uma consciência-anjo-deva e como vocês amavam profundamente a Terra e todas as manifestações de vida que existiam aqui. Sintam o aspecto infantil da sua consciência naqueles tempos. Vocês eram como crianças brincando no paraíso, sempre prontos para a aventura, divertindo-se por ali, rindo, vivenciando a alegria e expressando-se livremente num ambiente seguro. Apesar do seu espírito brincalhão, vocês tinham uma grande admiração pelas leis que regiam a vida e jamais pensariam em tratar as formas de vida com nada menos do que um profundo carinho e respeito.
Então, num certo sentido, vocês foram os pais da vida na Terra. Isto explica porque vocês podem ficar totalmente chocados com os distúrbios causados à natureza pelas tecnologias modernas, e com o abuso em geral das forças da natureza. Por que isso os atinge? Porque vocês cuidaram com carinho e alimentaram estas energias desde o começo. Na sua essência, vocês estão conectados com elas, com a Terra e suas diversas formas de vida, como um pai ou uma mãe está conectado com seu filho, e como o criador com a sua criação. E naqueles tempos, quando vocês eram anjos nutrindo a vida na Terra, vocês não sabiam porque estavam fazendo isso. Vocês agiam como crianças que se sentiam atraídas pelo chamado de mais uma aventura, pela emoção da novidade, e vocês se deixavam simplesmente guiar por aquilo que os fizesse sentir alegria e empolgação. Vocês colocavam sua energia onde quer que ela se sentisse bem vinda.
Assim, vocês ajudaram a criar o paraíso na Terra: o esplendor da vida, a abundância dos reinos animal e vegetal, a diversidade das formas de vida e o desenvolvimento irrestrito de tudo isso.
Por favor, mantenham esta imagem por um momento… lembrem-se quem vocês são.
Mesmo que lhes pareça grandioso demais, quando eu lhes digo isto, simplesmente permitam-se fantasiar que vocês foram parte disso, que vocês estavam presentes como anjos no Jardim da Vida, brincalhões, inocentes, nutrindo e cuidando com carinho da vida.

FORA DO PARAÍSO – A PRIMEIRA QUEDA PARA DENTRO DA EXPERIÊNCIA

Muitos acontecimentos foram se desenvolvendo na Terra durante milhões de anos, que são difíceis de serem descritos em um resumo. Mas, num certo momento, a sua maravilhosa aventura no Jardim do Éden foi perturbada por influências externas, que podem ser classificadas como “ruins” ou “escuras”.
Alguns seres de outras dimensões do universo começaram a se intrometer na Terra. Seu propósito era exercer poder e influência sobre a vida na Terra. Este acontecimento – esta interferência de energias escuras e poderosas que, do seu ponto de vista, surgiram do nada – chocou profundamente os seus seres angélicos. Vocês não estavam preparados. Este era o seu primeiro contato com o “mal” e sacudiu seu mundo nas suas bases. Pela primeira vez, vocês experimentaram o que é não mais se sentir seguro. Vocês ficaram conhecendo as “emoções humanas”: medo, choque, raiva, frustração, tristeza, indignação: “O que é isto? O que está acontecendo aqui?!”
Sintam como as sombras caíram sobre vocês nesse primeiro encontro com a escuridão, com o lado escuro da dualidade. Lentamente, o intenso desejo de poder, que tanto os havia chocado e horrorizado, começou a tomar posse de vocês próprios. Isto porque vocês começaram a sentir indignação e revolta contra os atacantes e queriam se defender e proteger a Terra contra essa estranha invasão.
Estou falando de uma influência extraterrestre, de uma certa raça, por assim dizer, cuja origem não importa muito para a nossa estória. O que importa é que vocês absorveram parcialmente a energia desses seres e assim criaram a queda. Não estou falando da Queda bíblica, já que esta está associada a pecado e culpa, mas da queda para dentro da experiência, para dentro da escuridão, a qual, num certo sentido, estava “predestinada” a acontecer, pois vocês faziam parte da dualidade. Ao se tornarem um “Eu”, ao experienciarem a separação do todo, as sementes da dualidade foram criadas dentro de vocês. Faz parte da lógica da criação que vocês explorem todos os extremos da dualidade, uma vez que estejam nela.
Aos poucos vocês mesmos foram se tornando guerreiros, pois desejavam o poder para proteger o seu “território”. Seguiu-se, então, um novo estágio na sua história, no qual vocês se envolveram em várias guerras e lutas galácticas. Por favor, parem um minuto para sentir este acontecimento, a queda do anjo-criança na energia ríspida e zangada do guerreiro galáctico. Estamos falando de longos períodos de tempo. O fato de vocês terem passado por tudo isso pode lhes parecer grandioso e insondável, mas eu lhes peço que permitam que a sua imaginação viaje comigo um pouco.
Vocês se envolveram numa batalha grande e violenta. Parte da literatura de ficção científica, que lhes é familiar, descreve tudo isto e, na verdade, foi inspirada em acontecimentos reais de um passado distante. Não é mera ficção. Muitas dessas coisas realmente aconteceram e vocês se envolveram profundamente nisso. Vocês se perderam numa luta de poder durante esse estágio da sua história e experienciaram totalmente a energia do ego.
Já falei sobre isto antes na série Trabalhadores da Luz e agora quero dar mais um salto enorme e contar-lhes qual foi o estágio importante que se seguiu.
Depois de muito tempo, vocês se cansaram de lutar. Vocês já tinham tido o suficiente. Estavam ficando tristes e enjoados de batalhas, e uma espécie de saudades de casa começou a entrar furtivamente em seus corações. Já fazia muito tempo que vocês viviam obcecados pelas guerras e conflitos nos quais se envolveram. A ilusão do poder pode exercer uma influência hipnótica sobre uma mente ingênua e inexperiente. Vocês eram ingênuos e inexperientes quando vivenciaram sua primeira queda para dentro da escuridão.
Mas então, num certo momento, houve um despertar dentro de vocês. Uma vaga lembrança dos antigos dias no Paraíso agitou-se em suas mentes e corações, relembrando-os da alegria e inocência que uma vez vocês conheceram. Então desejaram voltar para lá e não quiseram mais lutar. Pode-se dizer que vocês experimentaram tão completamente as energias do ego, que elas se esgotaram em vocês. Vocês tinham conhecido todos os lados da batalha, toda a gama de emoções ligadas à vitória e à perda, ao controle e à entrega, ao assassínio e à escravidão. Vocês tinham ficado desiludidos com o poder e tinham descoberto que ele não lhes dava o que havia lhes prometido: amor, felicidade, satisfação. Vocês acordaram do seu sono hipnótico e ansiavam por algo novo.
Quando vocês tentaram se elevar acima da energia da luta e conectar-se com a energia do coração, vocês se tornaram novamente ingênuos e “inexperientes”. Eram como crianças que espiavam por cima do muro de um novo país, no qual nem o poder nem a luta eram as forças dominantes, mas sim o amor e a conexão. Vocês seguiram o chamado da sua alma e pularam o muro. E começaram a se encontrar novamente e a reconhecer uns aos outros como almas afins, membros da mesma família. Uma vez vocês haviam brincado juntos como anjos no Jardim do Éden.
Os membros da família de trabalhadores da luz, que faziam parte da mesma onda de nascimento de almas, olharam uns para os outros novamente e sentiram-se atraídos para um chamado comum, uma missão compartilhada. Vocês sabiam que tinham que fazer alguma coisa para dar o passo principal em direção à consciência do coração, para que a volta ao Paraíso realmente se concretizasse para vocês. Sentiram que tinham que lidar com Terra de novo mas, desta vez, como seres humanos, encarnados em corpos humanos, para experienciar de dentro o que havia acontecido com a Terra devido às guerras galácticas e ao abuso do poder.
Na sua luta pelo poder, a Terra tinha sempre sido o ponto focal de atenção. Muitos partidos galácticos batalharam pelo domínio da Terra e isto afetou negativamente não só a Terra, mas também toda a vida que nela existia e a alma coletiva da humanidade em evolução. O motivo de a Terra ser um alvo tão importante para todos esses partidos guerreiros não é tão fácil de explicar. Colocando-se de uma forma bem resumida, a Terra é o ponto de partida para algo novo: é um lugar que reúne muitas dimensões e realidades e, portanto, constitui um ponto de encontro de estradas que levam ao futuro. Inúmeras energias se encontram e se misturam na Terra – dentro dos reinos vegetal, animal e, principalmente, humano. Isto é algo muito especial. Quando essas energias puderem coexistir em paz, isso criará uma enorme explosão de luz através de todo o cosmos. É por isso que a Terra está desempenhando um papel chave e foi por isso que ela esteve no centro de uma grande Batalha.
Uma vez vocês tomaram parte nessa batalha, como atacantes, tentando manipular a vida e a consciência na Terra de uma forma bastante agressiva. Isto causou danos ao desenvolvimento do ser humano. Naquela época, a humanidade estava no seu estágio infantil, no “estágio da inocência”. A humanidade era “habitada” por almas de uma onda de nascimentos diferente da de vocês. Nós as chamamos de “almas terrestres”, na Série Trabalhadores da Luz. Era um grupo de almas mais jovens que vocês, que haviam se manifestado na Terra havia pouco tempo e tiveram que lidar com as manipulações extraterrestres, que reduziram as capacidades do ser humano. As forças extraterrestres projetaram energias de medo e inferioridade na jovem consciência do homem, o que permitiu que elas adquirissem controle sobre ela.
Volto agora à sua decisão de encarnar na Terra como seres humanos. Vocês tinham dois motivos. Primeiro, sentiam que estavam prontos para mudança e transformação internas. Vocês desejavam se libertar da atitude batalhadora do ego e crescer em direção a uma nova forma de “ser”. Vocês não sabiam o que isso significava exatamente; ainda não podiam entender isso totalmente, mas sentiam que a encarnação na Terra lhes ofereceria justamente os desafios e possibilidades que vocês precisavam.
Em segundo lugar, vocês sabiam que precisavam compensar as coisas que aconteceram na Terra, em parte devido à sua ação. De alguma forma, sentiam que originalmente vocês tinham uma profunda ligação com a Terra, baseada no amor e respeito mútuo, e que isso se corrompeu quando vocês se deixaram enredar pela guerra e batalhas por esta mesma Terra. Os seus dois extremos – o anjo-criança e o guerreiro endurecido – tinham que ser unidos e transformados. E que lugar poderia ser mais adequado para isso do que a Terra? Vocês sentiam uma grande conexão com este planeta e, inclusive, uma “obrigação cármica” de melhorar as condições na Terra. Desejavam mudar e elevar o estado de consciência na Terra. Então vocês se transformaram em “trabalhadores da luz”.
Vocês encarnaram na Terra no tempo da Atlântida

ATLÂNTIDA – A SEGUNDA QUEDA PARA DENTRO DA EXPERIÊNCIA

A Atlântida foi uma civilização situada num tempo muito anterior às eras históricas que vocês conhecem. Ela tomou forma gradualmente por volta de 100.000 anos atrás e terminou cerca de 10.000 anos atrás. Os seus primórdios são até anteriores a 100.000 anos. A Atlântida evoluiu gradualmente quando as raças extraterrestres começaram a “invadir” a Terra, encarnando em corpos humanos. Essas almas geralmente tinham um alto nível de desenvolvimento mental. Naquele tempo, as sociedades e comunidades da Terra eram amplamente constituídas de almas terrestres, e eram “sociedades primitivas”, como vocês as chamam.
Mesmo antes da Atlântida, havia muitas influências extraterrestres na Terra, de reinos galácticos que enviavam formas-pensamento para a Terra de diferentes maneiras. Formas-pensamento são energias que se conectam aos humanos no nível etérico ou áurico, e assim influenciam os pensamentos e emoções das pessoas. Isto acontece constantemente, quando vocês absorvem idéias e crenças da sua educação e sociedade. Elas os envolvem como uma teia infecciosa. Mas isto também acontece com os “níveis astrais” que os rodeiam. As formas-pensamento que foram projetadas em vocês pelos guerreiros galácticos eram, em geral, controladoras e manipuladores, mas também existiam influências de luz e delicadeza. É o próprio ser humano que decide o que ele vai e o que ele não vai permitir que entre nele. Em um certo momento, os partidos galácticos desejaram ter uma influência mais profunda sobre a Terra e houve a oportunidade para eles verdadeiramente habitarem corpos humanos ou, em resumo, para encarnar na Terra. O Espírito ou a Luz abriu essa possibilidade para eles, porque era apropriada para o seu caminho interior de desenvolvimento. Vocês estavam nesses partidos. Na sua literatura espiritual, os povos que provêm desses reinos galácticos são, com frequência, chamados de “povo das estrelas” ou “sementes estelares”.
A Atlântida foi o resultado de uma união, uma mistura entre as sociedades de nativos da Terra e o influxo de almas que vieram “de fora”. Vocês, da onda de almas de trabalhadores da luz, encarnaram na Terra porque desejavam criar mudança e progresso e porque vocês mesmos queriam evoluir de uma consciência baseada no ego para uma consciência baseada no coração.
Quando vocês chegaram, no começo lhes pareceu constrangedor e desconfortável estar dentro de corpos humanos. Viver dentro de uma matéria tão densa dava-lhes uma sensação de opressão e aprisionamento, pois estavam acostumados com corpos muito mais fluidos e voláteis, que possuíam mais poder psíquico. Nas frequências ou dimensões mais elevadas (menos materiais ou densas), a sua psique tem uma influência muito maior no ambiente material. Nesses planos, vocês podem criar ou atrair as coisas que querem para vocês, simplesmente pensando nelas ou desejando-as. A mente de vocês estava acostumada a criar muito mais rápido do que era possível na Terra. Pode-se dizer que o tempo de reação na Terra é muito mais lento. Então, quando vocês vêm aqui pela primeira vez, vocês têm a impressão de que estão trancados dentro de um corpo sólido e inflexível e sentem-se inseguros, pois o que vocês desejam e aspiram não se materializa mais com tanta facilidade, e o seu domínio sobre a vida e as circunstâncias parece muito limitado.
Então, vocês ficaram confusos quando chegaram aqui. Ao mesmo tempo, tinham habilidades mentais altamente treinadas, que vocês haviam desenvolvido durante as suas vidas galácticas passadas. Enviar formas-pensamento e projetá-las dentro de outros seres vivos requer bastante poder psíquico. A mente de vocês era como um conjunto de facas afiadas, que precisava provar o seu valor em um ambiente totalmente diferente. Suas capacidades mentais treinadas eram uma antiga aquisição e, devido à sensação de alienação e opressão que vocês experimentavam na Terra, vocês tentavam instintivamente adaptar-se aqui usando essa sua aquisição antiga. Assim, vocês começaram a usar seus poderes mentais na Terra. Originalmente, a sua intenção era conectar com a realidade da Terra a partir do coração. Antes de encarnar, vocês sabiam que, apesar dos seus formidáveis poderes analíticos e psíquicos, os terrenos dos seus corações estavam sem cultivo e precisavam de sementes, de pequenos brotos de luz. Mas, vocês se esqueceram disso quando mergulharam na realidade da Terra e a sua consciência ficou velada.
Na Terra, vocês tinham que lidar com almas terrenas, que viviam aqui como seres humanos, e vocês não os entendiam muito bem. Vocês achavam que eles eram seres instintivos e bárbaros. Vocês não entendiam a sua forma espontânea, direta, de expressar suas emoções. Eles eram primitivos aos seus olhos, eles viviam sintonizados com suas emoções e instintos mais do que às suas mentes. Vocês tinham habilidades e talentos diferentes da índole natural do povo da Terra.
Embora vocês frequentemente nascessem de pais que eram almas terrenas, e fossem criados por eles, aos poucos acabava se desenvolvendo uma divisão social entre vocês e eles. Devido às suas capacidades mentais superiores, vocês desenvolveram tecnologias que eram desconhecidas anteriormente. Tudo isto aconteceu devagar e naturalmente. Estamos falando de um período de mais de mil anos, de até dez mil anos.
Sem entrar em detalhes desse processo, eu gostaria de lhes pedir que sentissem a essência do que aconteceu nesse período. Vocês podem imaginar que fizeram parte disso? Podem imaginar como deve ter sido chegar num lugar onde vocês não se sentiam verdadeiramente à vontade, sabendo que havia algo que vocês tinham planejado fazer ali, mas não sabiam o que era? – “Vamos ver…” – vocês diziam a si mesmos – “Eu tenho certas habilidades e poderes à minha disposição… isso me diferencia dos outros do meu ambiente… Vou usar esses talentos para me impor.” Vocês reconhecem este tipo de orgulho e ambição dentro de vocês? Vocês se lembram que eles eram seus? Esta é uma energia tipicamente atlante.
Pouco a pouco, uma nova cultura nasceu na Terra – uma civilização que criou um desenvolvimento tecnológico sem precedentes, que afetou todas as porções da sociedade. Gostaria de falar um pouco mais sobre o tipo de tecnologia que evoluiu na Atlântida. O que vocês, como ‘pessoas das estrelas’, ainda lembravam claramente apesar do véu do esquecimento, era que vocês podiam influenciar a realidade material usando o poder da sua mente, especificamente do terceiro olho. O terceiro olho é o centro de energia (chacra) da intuição e da consciência psíquica, e localiza-se atrás dos seus dois olhos físicos.
O poder do terceiro olho ainda lhes era muito familiar naquelas primeiras encarnações, como se fosse uma segunda natureza da sua alma. Vocês sabiam “como ele funcionava”. Sabiam que a matéria (realidade física) tem uma forma de consciência, é consciência em um determinado estado de ser. Através desta percepção essencial da unidade entre consciência e matéria, vocês podiam afetar e formar matéria, fazendo um contato interno com a consciência que existe em um pedaço de matéria. Desta forma, vocês podiam literalmente mover e manipular a matéria com a mente. Vocês conheciam um segredo que foi esquecido nas épocas mais recentes.
Atualmente, vocês veem a matéria (realidade física) como separada da consciência (a mente). Por influência da ciência moderna, vocês se esqueceram que todos os seres têm alma; tudo o que existe tem uma forma de consciência com a qual vocês podem se conectar e cooperar de um modo criativo. Esse conhecimento era incontestável para vocês, naqueles tempos antigos. Mas, durante a época da Atlântida, quando o centro dos seus corações ainda não estava totalmente aberto, o seu terceiro olho era controlado predominantemente pelo seu centro da vontade ou ego (o plexo solar ou terceiro chacra). Vocês estavam no limiar de uma nova realidade, a realidade da consciência baseada no coração, mas devido ao choque de terem submergido na realidade densa da Terra, suas inspirações sensíveis e puras ficaram temporariamente perdidas. Vocês se deixaram levar pelo uso excessivo da vontade misturada com o poder do terceiro olho. Vocês aspiravam a melhorar as coisas em larga escala (fazer o “trabalho da luz”), mas faziam isso de uma forma autocentrada, com uma atitude autoritária em relação às almas e às naturezas da Terra.
No apogeu da Atlântida, havia inúmeras possibilidades e a tecnologia era muito avançada, até mais avançada do que a sua tecnologia atual em algumas áreas, porque o poder da telepatia e da manipulação psíquica era compreendido e usado muito melhor. Podia haver uma comunicação telepática instantânea entre pessoas que estavam a grandes distâncias umas das outras. Era possível deixar conscientemente o corpo e viajar por aí. A comunicação com civilizações extraterrestres era buscada e alcançada.
Muitas coisas se tornaram possíveis no tempo da Atlântida, mas muitas coisas deram errado também. Geralmente havia uma divisão entre a elite político-espiritual e as “pessoas comuns”, constituídas predominantemente por almas terrenas. Elas eram vistas como seres inferiores, meios para um fim, e eram realmente usadas para experimentos genéticos que faziam parte da ambição atlante de manipular a vida no nível biológico, para que se pudessem criar mais formas de vida superior.
Um aspecto positivo da sociedade atlante era a igualdade entre homens e mulheres durante essa época. A luta pelo poder entre o homem e a mulher, na qual a mulher foi terrivelmente oprimida durante o último período, não foi parte da Atlântida. A energia feminina era totalmente respeitada, no mínimo por ela estar diretamente relacionada com o poder do terceiro olho (intuição, clarividência, poder espiritual).
Agora quero levá-los à queda da Atlântida. Nessa época havia energias em ação, com as quais vocês ainda estão tentando lidar. Vocês se envolveram profundamente com o que deu errado naquele estágio.
Na Atlântida, vocês viviam a partir do centro da vontade e do terceiro olho. A energia do seu coração não se abriu significativamente. Em um certo ponto, vocês se apaixonaram pelas possibilidades da sua própria tecnologia e pela ambição de criar novas formas de vida superior. Vocês aplicaram a engenharia genética e criaram inúmeras formas de vida, e eram incapazes de entender, de sentir, que com isso estavam desrespeitando a Vida. As pessoas que vocês usavam para suas experiências não podiam contar com a sua empatia nem compaixão.
A energia presente nesse estágio de perversão, especificamente na civilização atlante, voltou no século XX como o regime nazista na Alemanha. Experimentos cruéis e uma atitude geral de frieza clínica para com as “formas inferiores de vida” foram partes substanciais desse regime. A falta de compaixão e empatia demonstradas para com os assassinados, a falta de emoção e o modo mecânico de “lidar” com as vítimas, eram semelhantes à atitude dos atlantes. Isto os enche de um profundo horror agora. Vocês viram e sentiram o outro lado disso, o lado da vítima, em encarnações que vieram depois da Atlântida.
Mas, na época da Atlântida, vocês foram os agressores. Foi daí que resultou um determinado “carma”. A Atlântida é a chave para as suas “encarnações infratoras”, o seu lado escuro. Estou lhes contando isto, não para fazê-los se sentirem envergonhados ou culpados. De jeito nenhum! Nós todos somos parte desta história, assumindo vários papéis e disfarces, pois isto é que é viver na dualidade. É vivenciar e assumir todos os papéis imagináveis, desde os mais luminosos até os mais sombrios. Se vocês se permitirem conhecer o seu lado sombrio, se puderem aceitar que também fizeram o papel de agressores, vocês ficarão mais equilibrados, livres e contentes. É por isso que eu lhes estou contando isto.
Num certo ponto, o desenvolvimento tecnológico que vocês – e outros grupos de almas – alcançaram teve um impacto tão grande sobre a natureza, que os sistemas ecológicos da Terra se romperam.. A queda da Atlântida não aconteceu de uma só vez. Houve muitos sinais de aviso – sinais da natureza – mas como eles não foram levados em conta, aconteceram enormes desastres naturais, através dos quais a civilização atlante foi inundada e destruída.
Como isto afetou vocês, no nível interno? Foi uma experiência chocante, uma experiência traumática; foi uma outra Queda, a segunda Queda da Experiência para dentro das profundezas.
Durante as suas encarnações na Terra, vocês acabaram perdendo a conexão que buscavam com o coração. Depois da queda da Atlântida, vocês perceberam – mais intensamente do que nunca – que a verdade não era para ser encontrada no controle da vida, mesmo que o propósito parecesse nobre. Então vocês realmente começaram a se abrir para a silenciosa voz do coração, que lhes diz que existe uma sabedoria trabalhando através da própria Vida, que não precisa de nenhuma manipulação nem controle. No fluxo da própria vida, no fluxo do coração e dos sentimentos, existe uma sabedoria com a qual vocês podem se sintonizar, ou se alinhar, ouvindo e se entregando. Não é uma sabedoria criada pela cabeça nem pela vontade; é uma sabedoria que vem de aceitar a voz do amor, de uma perspectiva mais elevada.
Aos poucos vocês começaram a sentir este conhecimento místico, que vinha de dentro de vocês e que era acompanhado por um sentido de humildade e entrega. Mas, mesmo assim, o tempo ainda não estava maduro para um alegre despertar das energias do coração. Uma sombra havia caído sobre vocês durante a época da Atlântida, a sombra de terem afetado negativamente outros seres. Vocês teriam que sentir e experienciar profundamente os efeitos disso, antes que o despertar pudesse acontecer.
Mais uma vez vou dar um passo enorme na história antiga, e vou levá-los ao momento em que vocês voltam à Terra, depois da Atlântida ter desaparecido, arrastada pelas ondas do oceano. Mais uma vez vocês encarnaram em corpos humanos, com a lembrança da Atlântida enterrada profundamente na memória das suas almas, ligada a uma sensação de vergonha e falta de confiança em si mesmos. A queda da Atlântida havia chocado-os e deixado-os perplexos, mas também tinha aberto um pouco mais os seus corações.
Que desenvolvimento imenso teve lugar nesse enorme intervalo de tempo!

REJEIÇÃO COMO TRABALHADOR DA LUZ – A TERCEIRA QUEDA PARA DENTRO DA EXPERIÊNCIA

O próximo período importante começou com a vinda da energia de Cristo à Terra, mais visivelmente representada por mim. Muitos de vocês estavam presentes naquela época ou por volta desse tempo. Poucos séculos antes do meu nascimento, vocês começaram a encarnar outra vez em grande número. Uma voz, que vinha dos seus corações, atraia-os, convocava-os. Vocês sentiam que “tinham que estar lá”, que era o momento de darem mais um passo na sua jornada espiritual, que estava tão entrelaçada com a Terra.
A vinda da energia de Cristo, a minha vinda à Terra, foi parcialmente preparada por vocês. Eu não poderia ter vindo sem uma camada de energia presente na Terra para me receber, para me “acolher”, por assim dizer. A sua energia providenciou o canal através do qual eu poderia ancorar a energia Crística na Terra. Foi verdadeiramente um esforço conjunto. Seus corações se abriram para mim, para aquilo que eu representava. Naquela época, vocês eram a parte da humanidade que estava mais aberta para receber o amor e a sabedoria a partir do coração.
Dentro de vocês havia surgido uma certa humildade, no melhor sentido da palavra: uma entrega ao não-saber, sem querer controlar ou “manipular” as coisas, e uma abertura genuína para algo novo, algo que não fazia parte do poder nem do controle, algo diferente. E por causa dessa confiança e abertura em seus corações, vocês puderam me receber.
Eu fui como um raio de luz caindo sobre a Terra, fazendo com que aqueles que estavam prontos se lembrassem da sua natureza angélica, da sua essência divina. Vocês se comoveram comigo, com aquilo que eu expressava e irradiava para vocês a partir da minha essência interna, e assim a energia Crística afetou-os profundamente naquela encarnação ao redor do Cristo e nas encarnações seguintes, até hoje. Em todas essas vidas, vocês tentaram trazer a energia Crística para a Terra, e disseminá-la através de várias formas de ensinar e curar. Vocês foram trabalhadores da luz inspirados e apaixonados, que trabalharam duro para trazer mais justiça, lealdade e amor para este planeta.
Naquela época, na era do despertar da energia Crística, vocês foram aqueles que se opuseram às religiões muito rigidamente organizadas, às formas autoritárias de subjugar as pessoas. Vocês lutaram pela liberdade, pela emancipação da energia feminina, por valores baseados no coração, numa época em que as pessoas mal tinham consciência disso tudo. Nos últimos 200 anos, vocês foram os que lutaram pela liberdade e foram rejeitados e perseguidos por causa disso. Foram castigados e torturados por causa do que vocês eram, e frequentemente acabavam na fogueira ou na forca. Vocês carregam muitos traumas emocionais dessa fase da história.
Nas lutas e resistência que vocês enfrentaram, estava agindo o carma atlante (e galáctico). Os papéis tinham se invertido. Vocês tornaram-se vítimas e passaram pelas profundezas da solidão, do medo e do desespero. Ficaram intimamente familiarizados com a profunda dor emocional da rejeição. Esta foi a sua terceira Queda, a terceira Queda para dentro da Experiência, e aquela que os levou para o âmago da sua missão: compreender a unidade subjacente tanto à Luz quanto à Escuridão, aprender o que o Amor realmente significa. Esta terceira Queda trouxe-os para o presente, para aquele que vocês são hoje.
Hoje, às beiras de um novo ciclo, nestes tempos transformadores, vocês estão verdadeiramente abertos para a energia Crística. Nos seus corações está brotando uma sabedoria que abraça e transcende os opostos e reconhece o fluxo divino único em todas as diferentes manifestações. Seu amor não é um mero conhecimento abstrato, mas um fluxo real, puro e sincero que vem do coração e se estende para os outros e para a Terra. Agora vocês se reconhecem no semblante dos outros, sejam eles “luz” ou “escuridão”, ricos ou pobres, trabalhadores da luz ou almas terrenas, homem, animal ou planta. O amor embutido na consciência Crística forma a ponte sobre o abismo entre os opostos e lhes dá um sentido palpável da interconexão entre tudo que existe.
Uma vez, quando vocês eram anjos, vocês vigiavam e cuidavam do paraíso na Terra. Vocês se desprenderam desse estado de inocência, quando se engajaram na dança pelo poder com as energias que queriam roubar o paraíso de vocês. Desta forma, vocês abandonaram o reino espiritual e encarnaram mais profundamente na realidade material de forma e ilusão. De anjos, vocês se transformaram em guerreiros. Quando encarnaram na Terra e foram experimentar como era ser um humano, vocês foram novamente tentados pelo desejo de controlar as coisas e isso os levou à queda da Atlântida e de vocês mesmos como guerreiros. Vocês voltaram à Terra para experienciar o outro lado do jogo do poder, para sentir como era ser uma presa da agressão e da violência. As consequências desta última parte do ciclo ainda estão claramente presentes na forma em que vocês experienciam as coisas, e todos vocês estão trabalhando duro para superar o trauma da rejeição que existe no seu íntimo. Com isto, vocês estão fechando o ciclo no ponto onde ele começou. Vocês voltaram à sua verdadeira natureza como anjos, mas agora como anjos totalmente encarnados, com um conhecimento real e vivo dos extremos da luz e das trevas, do amor e do medo. Cada um de vocês é um anjo sábio e compreensivo, um anjo humano…
Tenho um grande respeito por vocês, pela incrível jornada que vocês empreenderam. Eu me coloco diante de vocês agora, como um igual. Estou aqui como um professor e guia, mas também como um irmão e amigo. Eu gostaria de lhes oferecer o meu amor e amizade, não de uma forma abstrata, mas como uma energia tangível de companheirismo e compreensão. Eu sei quem vocês são. Agora, reconheçam-se no meu semblante.
Vocês estão no final de um grande ciclo de eras, no qual passaram por muitas experiências. Hoje eu quis falar sobre a Atlântida, porque o reconhecimento das energias que vocês incorporaram lá pode ajudá-los a alcançar um estado de integridade e paz consigo mesmos. A energia atlante é uma energia de grande poder mental, combinada com um orgulho e arrogância característicos. Ousem reconhecer esta “energia sombria” dentro de vocês, ousem aceitar que vocês experimentaram e viveram isto uma vez. Sintam que vocês foram infratores e agressores assim como vítimas. Ao permitirem que este fato faça parte da sua consciência, vocês abrem o portal para a maior sabedoria que vocês podem abraçar na sua vida: a sabedoria do não-julgamento. Ao se conscientizarem do seu lado “escuro”, vocês deixam de julgar se os outros estão certos ou errados, ou até de julgar a si mesmos. Todos os motivos para julgamento caem por terra. O julgamento dá lugar à compreensão e à compaixão. Então vocês realmente começam a entender o que é o amor, e o que significa “trabalho da luz”. De fato o termo “trabalho da luz” sugere que existe algum tipo de luta entre a luz e as trevas, e que o trabalhador da luz é aquele que está lutando contra as trevas. Mas o verdadeiro trabalho da luz não é nada disso. O verdadeiro trabalho da luz implica em ser capaz de reconhecer a luz do amor e da consciência em tudo o que existe, mesmo que isso esteja escondido atrás de máscaras de ódio e agressão.
Frequentemente vocês ainda ficam tentados a fazer julgamentos sobre a realidade da Terra, como por exemplo, sobre a forma em que os políticos trabalham ou em que as pessoas estão tratando o meio ambiente. É fácil dizer que tudo está errado e se sentir um estranho no planeta Terra, alienado e sem lar. Quando isso acontecer, tentem fazer contato com a energia do infrator dentro de vocês. Permitam-se acessar a energia atlante que ainda existe na memória das suas almas, e sintam que vocês também já foram isso, e inclusive que isso estava bem. Todas as suas “quedas para dentro da experiência” finalmente fizeram com que vocês fechassem um círculo e abrissem seus corações para a essência da criação de Deus: amor, criatividade e inocência. Você, que experienciou os extremos das trevas e da luz, foi, durante toda a sua jornada, nada menos do que a criança inocente do paraíso, partindo com um espírito de sinceridade, arrojada curiosidade e entusiasmo pela vida. Nessa jornada, você só podia aprender pela experiência. As “quedas para dentro da experiência” não poderiam ter sido evitadas, pois eram os meios para que você alcançasse algo novo, que trouxesse mais satisfação. A essência da sua jornada é que você alcança a sabedoria através da experiência. Portanto, por favor reconheça e respeite a coragem desse anjo-criança que você foi. Veja a vitalidade, coragem e perseverança que você mostrou ao se aventurar no desconhecido, e então sinta a sua própria inocência, mesmo no seu lado mais sombrio.
Eu lhe peço para respeitar a si mesmo, inclusive o seu lado escuro. Sinta apenas o poder e a autoconsciência da energia atlante por alguns instantes. Existe um lado positivo nela também. Você foi talentoso de muitas formas. Convide esta energia para entrar, aqui e agora. Permita que a sensação de auto-estima e autodomínio voltem a você e perdoe-se pelas atrocidades que aconteceram no passado. Sim, você infligiu dor aos outros, você foi o agressor lá… mas sinta também como você veio a se arrepender profundamente disso, e o quanto você se abriu agora para o respeito genuíno por tudo o que vive. Quando você perdoa a si mesmo, você se abre para a alegria de se liberar o julgamento. Veja que a consequência é esta: se você reconhece a sua parte sombria e é capaz de se perdoar por isso, você não precisa mais julgar nem a si mesmo nem aos outros. Isto é um grande prazer para a sua alma!
Com muita frequência vocês ainda se atormentam com os seus julgamentos. Vocês dizem a si mesmos que ainda têm muitas coisas para realizar. Hoje, eu lhes peço que olhem para trás e vejam tudo que já realizaram. Tomem consciência da profundidade da sua jornada através desses grandes ciclos de eras. E não me olhem mais de baixo para cima, como se eu fosse um mestre. Eu fiz esse papel há dois mil anos atrás, mas esse tempo passou. Vocês são os Cristos desta nova era, vocês trarão paz para um mundo de dualidade e polaridade, irradiando a paz que está dentro dos seus próprios corações. Sintam como vocês estão prontos para esse papel e deixem-me simplesmente oferecer-lhes algum apoio e encorajamento como seu amigo e irmão. Nós somos um.

As Crianças da Nova Era




Ser um Trabalhador da Luz na Nova Era

Jeshua canalizado por Pamela Kribbe

Queridos amigos,

Eu lhes ofereço as minhas cordiais boas-vindas. A minha energia flui no meio de vocês e vocês podem percebê-la como a energia do lar, um Lar para o qual vocês estão se movendo e uma Fonte da qual vocês estão vindo. A minha energia não é simplesmente a energia de um homem que viveu na Terra há 2000 anos atrás. Eu represento a Fonte de energia da qual todos vocês fazem parte e na qual os seus Eu Superiores estão presentes como um, como uma energia de grupo.
Nesse nível de unidade existe uma superalma que vocês podem chamar de energia Crística e que abrange todos nós – inclusive eu, Jeshua – como um guarda-chuva. É a partir dessa energia que nós levamos mensagens a vocês na Terra e seguramos um espelho à sua frente, enquanto vocês estão temporariamente perdidos e não conseguem encontrar o caminho. O que queremos mostrar-lhes é a energia do seu Eu Superior, a sua família de alma, a sua superalma. Nós os fazemos lembrar da Fonte da qual vocês descendem e de onde se origina a sua mais profunda inspiração.
A inspiração que os une tem a ver com trazer Luz à Terra. Tem a ver com a chegada da Nova Era. A sua encarnação aqui e agora na Terra está altamente conectada com os tempos de transição que vocês estão vivendo. Hoje eu gostaria de lhes falar sobre a chegada de uma nova geração de crianças na Terra. Essas crianças apresentam qualidades diferentes daquelas com as quais vocês se acostumaram no passado. Como foi que isso veio a acontecer? De onde vem esse fenômeno? Para responder a essas questões, eu tenho que levá-los para trás no tempo e mostrar-lhes como vocês foram os pioneiros da nova onda de energia que estas crianças estão trazendo.
Houve épocas na Terra em que a energia era pesada e rígida. Tudo era determinado por leis e regulamentos, sobrando pouco espaço para a imaginação e para os poderes intuitivos, que trazem consigo uma energia alegre e amorosa. Essa energia pesada tomou conta da Terra por muitas eras. Eu fui um pioneiro em romper o domínio dessa energia sufocante, em trazer Luz para uma realidade escura na qual prevaleciam o poder e a opressão. Havia repressão da imaginação, da liberdade de se expressar, da liberdade de expressar a energia do coração.
No curso dessa história, a Segunda Guerra Mundial representou um ponto crucial. Na esteira dos acontecimentos desse período de guerra, nasceu uma nova era e um novo espírito, que lhes ficou familiar como a revolução dos anos 60. Ela também foi uma revolução espiritual. A energia do coração renasceu naquela época e, embora a energia dos anos 60 tenha sido, de certa forma, ingênua e sem uma direção definida, de qualquer modo ela constituiu uma ruptura. Ela introduziu uma energia nova e vibrante.
Todos vocês, que nasceram no período ao redor da Segunda Guerra e depois, foram os pioneiros da nova era. Foram vocês que criaram as condições espirituais para o surgimento de uma nova geração de crianças que agora reconhecem a canção dos seus corações e levam-na mais adiante. É sobre estas crianças que eu gostaria de lhes falar agora.
Estas crianças chegaram com uma energia extremamente mais pura e elevada – “mais elevada” no sentido de que essas crianças são capazes de manter intacta uma quantidade maior da energia da alma, quando elas chegam na Terra. Uma outra forma de colocar isto é dizer que o véu entre a sua realidade material e os reinos espirituais tornou-se mais fino devido ao trabalho pioneiro que vocês e muitos outros realizaram, nas décadas que se seguiram à Segunda Grande Guerra.
Naqueles dias, muitas coisas foram colocadas em questão: as autoridades tradicionais foram questionadas e surgiram novos conceitos que influenciaram a consciência coletiva da humanidade em todo o mundo. À primeira vista, isto levou à confusão e ao caos, mas a energia do coração sempre leva à confusão e ao caos, no ponto de vista daqueles que adoram leis e estruturas e que olham de baixo para uma autoridade firme e resoluta, que lhes diga a verdade. Esses tempos se foram. Todos vocês estão desejosos de sentir a energia da verdade e da clareza, e já a encontraram dentro de si mesmos. Este trabalho interior prepara o terreno para uma nova era na Terra. Todos vocês têm um pé na velha era e um pé na nova. A transição para a nova era é uma transformação longa, gradual. As crianças que estão nascendo agora já estão se mantendo dentro da nova era muito mais do que vocês já o fizeram. No entanto, existe uma conexão e um reconhecimento importantes entre vocês e elas.
Para esclarecer melhor esta questão, deixe-me falar um pouco mais sobre os vários grupos de crianças que estão entrando na Terra. Todos vocês, que estão aqui presentes e que se sentem particularmente atraídos por esta mensagem, são almas de trabalhadores da Luz. Em canalizações anteriores(1), eu falei sobre as características das almas dos trabalhadores da Luz e sobre a sua história através das eras. Vocês são antigos e trazem a experiência de muitas, muitas vidas passadas. Devido a tudo por que passaram, vocês desenvolveram uma sensitividade na alma, que os torna sábios e compassivos, mas também vulneráveis. Muitas vezes vocês sentiram que eram “diferentes” e que não se ajustavam tão bem ao seu ambiente social. Principalmente nas épocas em que a ordem, a disciplina e a repressão dos sentimentos eram normais, isto lhes causou um sofrimento profundo e prejudicou os seus centros dos sentimentos. Mas agora vocês podem enxergar a sensitividade, que é característica de vocês, claramente refletida nos olhos das crianças trabalhadoras da Luz que estão nascendo na Terra.
Este é o primeiro grupo de “crianças da nova era” que eu gostaria de distinguir. Elas são almas de trabalhadores da Luz, que são basicamente iguais a vocês, mas que entram na Terra por um portal ou véu diferente. Elas estão menos carregadas com as energias da velha era do que vocês estavam. Vocês tiveram que lidar com antigos métodos educacionais, bem intencionados, mas que geralmente eram métodos sufocantes de criar os filhos, e que geralmente reprimiam o sentido infantil original de encantamento, imaginação e auto-estima. Tudo isso foi mudando através das últimas décadas. Agora há mais liberdade, mais espaço para os sentimentos, mais compreensão da importância das emoções, mais respeito pela natureza individual de cada pessoa.
Assim, os trabalhadores da Luz que estão chegando agora são recebidos de uma forma diferente, numa energia diferente, e isso os capacita a trazer mais da sua energia de alma e da sua luz cósmica através do véu. A sua sensitividade é claramente visível e isso pode, inclusive, causar desequilíbrio. Mas falarei disto mais adiante.
Eu gostaria de distinguir um segundo grupo de “crianças da nova era”. Elas são as almas terrestres. Elas não pertencem historicamente à família das almas de trabalhadores da Luz, das quais falamos antes(2). O desenvolvimento delas é profundamente entrelaçado com a evolução da vida na Terra. Elas são agora como um grupo que está passando pelos primeiros estágios do desapego de uma consciência baseada no ego e movendo-se em direção a uma consciência baseada no coração. As almas terrestres, que chegaram nas épocas mais recentes, apresentam uma sensitividade maior. Isto se deve não só ao seu próprio desenvolvimento interior, mas também ao fato do véu estar afinando e, consequentemente, haver mais espaço para a auto-expressão emocional. Elas também fazem parte da nova onda de energia que agora está chegando através das crianças.
Ainda há um terceiro grupo que eu gostaria de distinguir. É aquele que tem sido chamado (na sua literatura espiritual) de “crianças cristal”. Estas crianças são relativamente novas na Terra; elas não tiveram muitas encarnações aqui, embora tenham uma rica experiência com outras dimensões ou planos de existência, onde elas encarnaram em outras formas, diferentes do corpo humano. Vocês também podem chamá-las de “crianças das estrelas”. Com frequência, a energia delas é sonhadora e elas também se caracterizam por uma grande sensitividade. No caso dessas crianças, pode inclusive haver sintomas físicos, como alergias (a alimentos) ou problemas de pele, que tem a ver com a dificuldade para se acostumarem com a energia da Terra, com a densidade e a crueza da realidade material. Estes seres recém-chegados à Terra trazem uma energia muito refinada, etérica, e eles precisam de ampla proteção e segurança para serem capazes de se aterrarem completamente.

Citamos, então, três grupos de crianças que são todas crianças da nova era. Assim, podemos dizer que todas as crianças que estão encarnando atualmente fazem parte da Nova Era, de acordo com a sua própria natureza.
Você, que está ouvindo e lendo isto, está especialmente familiarizado com as almas dos trabalhadores da Luz, porque você mesmo é um deles. Todos vocês são profundamente inspirados a trazer Luz para a Terra e, ao mesmo tempo, vocês carregam dentro de si velhas feridas de rejeição e solidão. Graças a isto, nem sempre lhes é fácil sentir uma conexão segura e amorosa com a Terra. Mas justamente este é o ponto de máxima importância, quando se trata de ajudar essas crianças a aterrar a energia delas e de levá-las a uma vida satisfatória. O pré-requisito para que vocês sejam capazes de encaminhar e amparar essas crianças e possam oferecer-lhes a segurança emocional que elas precisam é que vocês mesmos vivenciem uma conexão amorosa com a realidade terrestre.
Agora eu vou mencionar alguns problemas que essas crianças podem encontrar e o que vocês podem fazer a respeito disso, quando estiverem em contato com elas, seja como pais, professores ou terapeutas. Alguns de vocês sentem-se chamados a trabalhar com elas, e isto é muito apropriado, já que vocês são particularmente peritos no reconhecimento dos seus motivos e inspirações intrínsecos. Vocês reconhecem aspectos delas que foram reprimidos e suavizados em vocês mesmos, durante a sua infância e mais tarde. É por isto que o encontro com essas crianças pode tocá-los em um nível emocional profundo, pois vocês enxergam nelas um reflexo de si mesmos, o seu próprio amor, a sua própria originalidade, a também a sua própria dor. Realmente essas crianças também podem sentir a dor de não serem bem-vindas na Terra. Embora os tempos tenham mudado, não é tão evidente que elas venham a encontrar formas de manifestação que combinem com a vibração e o nível de consciência delas. Isto tem vários motivos.
O primeiro é que a energia ou vibração delas ainda não combina com a energia da Terra e da consciência humana coletiva. Elas estão à frente do seu tempo. Esta falta de compreensão entre o velho e o novo é familiar para vocês, devido à sua própria experiência. Existe um conhecimento e uma profunda sabedoria em vocês, da geração mais velha, que não se ajustou muito bem à realidade da sua sociedade. Eles vão contra os valores e conceitos tradicionais, profundamente arraigados, e têm se defrontado com ceticismo e desconfiança.
Além disso (segundo motivo), a realidade material tem uma lentidão inerente, devido à sua densidade. Sonhos e desejos não se manifestam rapidamente nem facilmente. Para realizar a sua inspiração mais profunda, vocês precisam ser capazes de se conectar com a Terra em todos os níveis: emocional, físico, mental e espiritual. Só assim a sua energia pode encontrar solo fértil e as sementes da sua alma podem germinar e florescer.
Para as crianças da nova era, vai ser muito importante conseguir se aterrar, ou seja, saber conectar a sua energia cósmica – que pode ser impetuosa, apaixonada e inspiradora – com a realidade da Terra. É importante que elas desenvolvam a paciência para canalizar a energia das suas almas para a realidade energética deste planeta. Inclusive, também é vital que elas tenham paciência com aquela parte da humanidade e da sociedade que está caminhando atrás e ainda não tem condições de compreender a sabedoria que elas lhe oferecem, e até interpretam o comportamento delas como obstinação e rebeldia.
Aqui acontece uma colisão entre o velho e o novo, que pode causar problemas. A energia das novas crianças muitas vezes será mal interpretada pelas pessoas que fazem parte da velha mentalidade, segundo a qual a disciplina, a ordem e a obediência são pré-requisitos para o completo desenvolvimento das habilidades e personalidade da criança. Agora, vocês são realmente aqueles que estão aqui entre o velho e o novo, e que têm condições de construir uma ponte. Vocês sofreram porque tiveram que controlar e manter dentro de si mesmos muito da sua verdadeira energia espiritual. Vocês sabem o que é sentir-se bloqueado em sua auto-expressão. Portanto, vocês entendem muito bem as novas crianças, vocês entendem a necessidade que elas têm de se libertar das regras baseadas na autoridade e repressão dos sentimentos.
Estas crianças precisam ter espaço para a auto-exploração e individualidade e, ao mesmo tempo, precisam entender o valor da disciplina amorosa (em oposição à disciplina autoritária). Elas precisam aprender como canalizar e lidar com suas próprias energias, sem se reprimir. Esta é precisamente a questão com a qual vocês mesmos estão lidando, no seu caminho interior. É vitalmente importante, para todos vocês, que sejam capazes de canalizar a sua energia cósmica, a sua centelha de luz, através do seu corpo para dentro da realidade terrena. Isto quer dizer, particularmente, que vocês têm que lidar com as emoções que os bloqueiam, impedindo-os de estar verdadeiramente presentes no aqui-e-agora e se expressar na realidade material.
Um dos principais problemas dos trabalhadores da Luz – o seu “complexo”, por assim dizer – é que eles carregam muita energia espiritual na parte superior do seu campo de energia (ombros e cabeça), que fica estagnada ali e não consegue encontrar o caminho para baixo. Essa energia não consegue se conectar apropriadamente com a Terra, o que é o mesmo que dizer que vocês conservam sua energia dentro de si mesmos e sentem-se incapacitados de se expressar satisfatoriamente. Isso também pode ser o caso nos seus relacionamentos privados, ou no seu ambiente de trabalho, onde vocês podem se sentir menos satisfeitos e criativos do que poderiam ser. Tudo isto tem a ver com não estar completamente aterrados. E o motivo dessa energia não conseguir descer e encarnar completamente, é que existem traumas emocionais localizados na área do abdome, que bloqueiam ou interrompem o fluxo. Portanto, é imensamente importante focalizar sua atenção e consciência nessas partes de vocês que estão necessitadas de cura emocional.
É vital que vocês consigam uma espiritualidade completamente incorporada, aterrada, e que não mantenham essa energia trancada dentro da parte superior do seu campo áurico. Senão, essa energia poderá causar uma forma de espiritualidade ingênua e desequilibrada, que pode lhes oferecer sentimentos de êxtase, uma vez ou outra, mas que carece de “corpo” para realmente se conectar à Terra e se manifestar externamente (como um emprego satisfatório e estável, um relacionamento amoroso e/ou abundância material). A energia espiritual deve se conectar com o corpo emocional e, a partir dele, com a realidade física. O que bloqueia o fluxo são feridas antigas: emoções como medo e raiva, sentimentos de inferioridade, frustração e amargura em relação à vida. Esses são os obstáculos emocionais com os quais vocês se chocam, e eu lhes digo que a chave para encontrar formas de amparar as novas crianças é lidar com essas questões emocionais básicas. A sua própria cura emocional vai lhes proporcionar os meios de ajudar as crianças a se aterrarem de uma forma amorosa e, ao mesmo tempo, disciplinada. Pois, ao enfrentarem firmemente essas questões, vocês vão criar uma trilha energética para elas.
O que significa cura emocional? Eu gostaria de falar sobre isto outra vez, embora já tenhamos tratado disto mais extensamente em canalizações anteriores(3). Todos vocês conheceram as épocas em que as emoções eram reprimidas e consideradas mais ou menos um tabu. Especialmente os mais velhos entre vocês cresceram em uma geração para a qual isto era padrão. Nos anos 60, houve uma reação contrária e as emoções foram libertadas, algumas vezes até o extremo oposto – a exaltação. As emoções foram colocadas acima da razão. A racionalidade teve que ser posta de lado por algum tempo, para que se pudesse investigar e transgredir livremente os limites da tradição. E isso foi proveitoso por algum tempo, mas a livre exploração das energias emocionais suprimidas também traz consigo algumas armadilhas. Não é possível transformar e curar as emoções oferecendo-lhes um livre reinado e deixando que elas controlem vocês.
A essência da liberdade espiritual está em tomar conhecimento de todas as emoções, permitir que elas existam, e ao mesmo tempo, manter-se totalmente consciente, acolhendo-as com sua própria consciência angélica. As energias emocionais não resolvidas, que estão dentro de vocês, são como criancinhas, confusas, tristes ou assustadas, que vêm lhes pedir conforto – elas vêm pedir ao anjo em vocês, ao seu Eu Superior. Desta forma, o seu Eu Superior, angélico, desce ao seu próprio corpo emocional para fazer o trabalho de cura que é a missão de vocês. E quando vocês fazem isso, a sua Luz flui para baixo, percorre os seus centros de energia (chacras) inferiores, percorre os seus braços e pernas e sai para o mundo. É isto que significa aterrar a sua energia angélica ou energia da alma.
 É um processo que requer autodisciplina. Uso a palavra disciplina para chamar sua atenção para o fato de que isto não acontece automaticamente. O processo de autocura requer um foco firme e honesto na sua vida interior e uma vontade de encarar todas as emoções que estão dentro de vocês. Trata-se de reconhecê-las como suas, de responsabilizar-se por elas e de não se sentir vítima do passado, de outras pessoas ou da sociedade. Vocês são anjos que absorveram essas emoções e que têm o poder de transformá-las. Esta é a razão de vocês terem vindo à Terra: para transformar o seu medo, raiva e tristeza em amor, perdão e compreensão. Ao fazerem isto, vocês criarão para si mesmos uma vida de alegria e realização, e estarão em paz com a realidade da Terra. E assim, vocês estabelecerão uma trilha para as novas crianças que estão chegando (e as que já chegaram). Elas chegam com uma energia mais elevada, graças ao trabalho pioneiro de vocês, mas sem a certeza de que essa energia vai encontrar um solo firme onde pisar.
Para preparar tal terreno, todos nós – a sociedade como um todo – teremos que nos abrir para os aspectos novos e diferentes dessas crianças. Precisamos acolhê-las com prazer e permitir que elas expressem a sua energia livremente e, ao mesmo tempo, ensiná-las a desenvolver o foco e a paciência para canalizar a sua energia para a realidade da Terra. Elas precisam expressar a energia de suas almas, a sua inspiração cósmica, em formas materiais que pertencem à Terra. Então, elas precisam sentir que são capazes de se expressar emocionalmente, mentalmente, criativamente e espiritualmente na linguagem, comunicação e organização. É importante que elas se sintam motivadas a trazer sua energia para esta realidade, mesmo que isto signifique que elas tenham que passar por resistências (internas e externas) e dificuldades.
A mensagem das novas crianças, a sua energia clara, cristalina, só poderá pousar em solo fértil, se nós as ajudarmos a estabelecer uma conexão amorosa com a Terra. Em relação a este aspecto, vocês mesmos estão passando por um processo fundamental de transformação, no qual o corpo emocional é a chave. Todos vocês estão no processo de assumir a responsabilidade pelas suas emoções mais profundas e gradualmente liberá-las na luz da sua própria consciência angélica. O seu Eu Angélico tem compaixão pelo profundo medo e desalento que vocês podem experienciar no reino terrestre. Faz parte da essência da energia Crística descer ao ponto mais baixo, onde a escuridão parece tomar conta de tudo, e fazer com que a presença da Luz seja conhecida. Não é nenhuma grande façanha irradiar luz no reino cósmico de amor e segurança.
O verdadeiro poder da energia Crística é que ela penetra nos recantos mais escuros e leva amor onde reina a desesperança. Na Terra – um planeta tão maravilhoso e rico e, apesar disso, tão afastado da unidade e do amor – a energia Crística prepara um canteiro de sementes e abre novas perspectivas. Todos vocês são os brotos das sementes e os pioneiros da nova era. Mesmo que o seu caminho pareça difícil e pesado, todos vocês realizaram muitas coisas e, através das suas próprias mudanças, ajudaram a abrir o portal para a nova onda de energia luminosa que agora está se derramando sobre a Terra.
Mesmo agora, não vai ser fácil. Ainda agora, muita escuridão está vindo á tona: abuso de poder, medo, energia velha. Portanto, eu lhes peço para manterem a fé na sua missão, que é levar a luz da sua energia Crística desabrochada para a sua própria escuridão interna. As crianças da nova era serão gratas a vocês. Elas precisam de vocês, mas elas também lhes dão algo em troca. Elas carregam a felicidade em seus corações, um delicioso frescor e uma lembrança viva do Lar. Elas brilham com alegria e amor, como um botão de flor cheio de promessas. Essa energia pode abrir os seus corações e levantar uma sensação de diversão e descontração em vocês. Todos vocês que se sentem velhos e desgastados, que já passaram por muitas coisas, estendam suas mãos para os recém-chegados! Eles precisam do seu amparo e experiência e eles vão trazer amor e alegria para as suas vidas. Este é um processo que toca todos vocês, tanto os que estão lidando diretamente com crianças, quanto os que não estão. Ele toca todos vocês.
Eu gostaria de terminar com um momento de silêncio, no qual eu lhes peço para se conectarem com a Terra. A própria Terra é uma inteligência, um ser com uma alma, que está aguardando ansiosamente a chegada das novas crianças. Ela sorri para si mesma, ao olhar para vocês, pois quando vocês chegaram aqui, numa outra época, vocês também eram crianças maravilhosas. Vocês foram os pioneiros e os mediadores. Sintam a gratidão da Terra por vocês. Vocês estão extremamente ligados a esse processo extraordinário. Depois sintam a chegada das novas crianças, cheias de expectativa e inspiração. Elas também estão aqui para ajudar vocês. A vivacidade e a sabedoria delas vai animá-los e recordá-los de que a nova era está realmente despontando, que o trecho mais longo é, de fato, o último trecho de volta ao lar, e que as flores do amor e da paz vão realmente florescer.

(1) Ver a Série Trabalhadores da Luz.
(2) Para entender a diferença entre almas trabalhadoras da Luz e almas terrestres, ver a Série Trabalhadores da Luz.
(3) Ver principalmente “Lidando com as Emoções”.

Relacionamentos na Nova Era




Ser um Trabalhador da Luz na Nova Era

Jeshua através de Pamela Kribbe

Queridos amigos,

É com muita alegria e felicidade que estou hoje aqui com vocês. Minha energia flui entre vocês e, como vocês podem sentir, isto não é uma palestra no sentido tradicional. Eu estou passando uma certa energia (além das informações) e vocês fazem parte disto, tanto quanto Pamela e Guerrit. Aos estarmos juntos aqui, nós criamos um campo ou vórtice de energia nesta sala, nesta abertura para a Terra. Portanto, este lugar é sagrado. Qualquer lugar onde pessoas – anjos em corpos humanos – se reúnem e se unem na intenção de semear sua luz na Terra, o solo torna-se sagrado.
Eu gostaria de falar brevemente alguma coisa sobre o fenômeno da “canalização”, que se tornou tão popular ultimamente. Todos vocês conhecem o conceito de “prana”, que é empregado na ioga e na filosofia oriental. Prana é uma energia espiritual que vocês levam para dentro de si a cada inspiração. A idéia é que vocês não respiram simplesmente oxigênio quando inspiram, mas também uma energia de força vital, uma energia cósmica que ultrapassa o físico e que os capacita a viver. Agora, o que eu queria pontuar é o seguinte: assim como todo mundo inala prana junto com o oxigênio ao respirar, todo mundo canaliza continuamente a seu próprio modo. A canalização não é reservada para poucas pessoas com dons especiais. A canalização é a coisa mais natural do mundo. Vejam, vocês não podem viver sem a energia cósmica. Vocês não podem existir, viver e se desenvolver sem inspirar a energia cósmica. Assim como vocês não podem viver apenas com oxigênio, vocês também não podem funcionar – nem mesmo de uma forma básica – sem alguma conexão com a energia cósmica, que é o seu lar. Terra e Cosmos, oxigênio e prana, ambos são necessários para que vocês se manifestem completamente como seres humanos na realidade terrena.
Na primeira canalização desta nova série, Eu os chamei de porteiros, aqueles que abrem a porta para que mais Luz entre na Terra. Mas vocês também são os construtores de pontes, aqueles que fazem a intermediação entre os reinos cósmico e terreno, aqueles que canalizam a energia cósmica para a Terra. Isto é uma coisa que vocês realmente fazem e que vocês precisam fazer para se sentirem felizes, úteis e saudáveis. Vocês estão canalizando sempre que usam a sua intuição, sempre que se aprofundam em si mesmos e percebem como as coisas são para vocês e como vocês gostariam de modificá-las. Nesses momentos, vocês formam um canal com o seu Eu Superior, e conectam-se com a sabedoria dos reinos não terrenos, cósmicos, que poderão ampará-los para que alcancem seus objetivos aqui na Terra. Todos vocês canalizam de alguma forma para se re-alinharem com seu Eu Superior que está fora do espaço e do tempo.
Hoje vamos compartilhar nossas energias e nos unir para canalizar a energia cósmica que está tentando encontrar seu caminho para a Terra nesta Nova Era. A Nova Era não é mais uma visão do futuro. Ela já está se manifestando na vida diária de inúmeros indivíduos. Se vocês lerem os jornais e observarem as notícias, poderá parecer que o momento ainda não está maduro. Mas o despertar proporcionado pela Nova Era começa no nível individual, não no nível dos governos, instituições e organizações. É no dia-a-dia de cada um que um novo fluxo de energia se apresenta. É o fluxo do seu coração que os convida e lhes pede que vivam e ajam de acordo com a sua luminosidade e sabedoria. É assim que se dá o nascimento da Nova Era, através de indivíduos comuns que prestam atenção aos sussurros do seu coração. Espiritualmente, as fundações de qualquer mudança ou transformação são sempre construídas no nível individual. A energia que é despertada em seus corações gradualmente encontrará seu caminho para as instituições e organizações que ainda conservam o velho paradigma da consciência baseada no ego. Velhas fortalezas de poder ruirão, não pela violência mas pela suave energia do coração. Se o coração tomar o comando, haverá um colapso do velho, não sob a pressão do poder e da violência, mas sob a pressão do amor.

RELACIONAMENTOS NA NOVA ERA

Nesta Nova Era, os relacionamentos passam por uma grande transformação. Os relacionamentos quase sempre são a fonte das suas emoções mais profundas, indo desde a maior alegria até a profunda agonia. Nos relacionamentos, vocês podem se conscientizar de uma dor interna que é essencialmente muito mais antiga do que o próprio relacionamento, mais antiga até que a sua existência humana.
Nesta era, vocês são convidados, e muitas vezes desafiados, a chegar a uma autocura na área dos relacionamentos. Graças à nova energia que agora se apresenta, é possível transformar os elementos destrutivos de um relacionamento em um fluxo de energia positivo, equilibrado, entre vocês e a outra pessoa. No entanto, cura e transformação pessoal também podem significar que vocês terão que abandonar relacionamentos nos quais vocês não possam se expressar apropriadamente. Com frequência isto significa que, mesmo que vocês amem muito uma pessoa, vocês terão que lhe dizer adeus, porque o caminho interior de cada um leva-o para um lugar diferente. Quer isso leve à renovação ou à dissolução de um relacionamento, todos vocês são desafiados a encarar as questões mais profundas na área das ligações pessoais. O chamado do coração, da energia baseada no coração que caracteriza a Nova Era, entrou no seu dia-a-dia e vocês não podem mais evitar a nova energia.
Para explicar porque os relacionamentos podem machucá-los tanto e virar a vida de vocês de cabeça para baixo, Eu gostaria de falar algumas coisas a respeito de uma dor antiga que vocês carregam dentro da sua alma. É uma dor muito antiga, muito mais antiga do que esta vida, mais antiga ainda do que as suas vidas anteriores na Terra. Quero levá-los de volta à dor original do seu nascimento como alma.
Houve um tempo em que tudo era inteiro e indiviso. Vocês podem imaginar isto? Permitam que a sua imaginação viaje livremente por uns instantes. Simplesmente imaginem: vocês não estão num corpo, vocês são pura consciência e fazem parte de um vasto campo energético que os envolve de um modo confortável. Vocês sentem que são parte desta unidade e são tratados carinhosa e incondicionalmente. Sintam como este campo de energia os envolve como um manto imensamente confortável, como uma energia abundantemente amorosa, que lhes permite explorar e se desenvolver livremente, sem jamais duvidar de vocês nem do seu direito intrínseco de ser quem vocês são. Nenhuma ansiedade, nenhum medo. Esta sensação de conforto e segurança constituiu as condições pré-natais, das quais vocês emergiram como almas individuais. Era um útero cósmico. Mesmo que isto esteja remotamente longe do seu atual estado, seus corações ainda anseiam por esta sensação de completude e inteireza, pelo sentimento de absoluta segurança que vocês vivenciaram sob aquele manto de amor e benevolência. A sensação de unidade da qual vocês se lembram era Deus. Juntos, naquele manto de amor, vocês constituíam Deus.
Num determinado momento, dentro dessa consciência divina ou “manto de amor”, decidiu-se criar uma nova situação. É muito difícil colocar isto em palavras humanas, mas talvez vocês possam imaginar que em Deus, essa consciência una, havia um desejo de “algo diferente”, algo além da unidade. Havia, por assim dizer, um desejo de experiência. Quando se está completamente assimilado pela totalidade do puro ser, não se experiencia nada… simplesmente se é. Devido ao êxtase e à total segurança desse estado de ser, havia uma parte de Deus, uma parte dessa consciência cósmica, que queria explorar e evoluir. Esta parte “separou-se de si mesma”.
Vocês são uma parte de Deus. Certa vez a sua consciência concordou com esta experiência de sair da unidade e tornar-se um “eu”, uma entidade em si mesma, uma consciência individual definida. Este foi um grande passo. Do fundo do seu ser, vocês sentiram que isto era uma coisa boa. Sentiram que o anseio por criatividade e renovação era uma aspiração positiva e valiosa. No entanto, no momento em que vocês realmente se separaram do campo da unidade, houve muita dor. Pela primeira vez na sua lembrança, pela primeira vez na sua vida, vocês sentiram uma dor profunda. Vocês foram arrancados de um reino de amor e segurança que tinha sido completamente incontestável para vocês. Esta é a dor do nascimento, à qual Eu me referi. Mesmo nas primeiras experiências intensas de desolação, alguma coisa nas profundezas de si mesmos, lhes dizia que “tudo estava bem”, que esta era a sua própria escolha. Mas a dor era tão profunda, que nas camadas mais externas do seu ser, vocês ficaram confusos e desorientados. E ficou difícil manter-se em contato com o seu conhecimento interior mais profundo, com o nível interno no qual vocês são Deus e sabem que “tudo está bem”.
Eu chamo essa parte atormentada, que surgiu nesse momento, de criança interior. A sua alma, a sua individualidade única, carrega dentro de si os dois extremos – de um lado, o puro conhecimento divino e, de outro lado, uma criança cósmica traumatizada. Esta união de Deus e Criança, de conhecimento e experiência, começou uma longa jornada. Vocês começaram como almas individuais. Vocês começaram a investigar e experienciar como é ser um “eu”, um indivíduo definido.
Deus tinha transformado uma parte dele mesmo em Alma. A alma precisa de experiência para reencontrar as suas origens divinas. A alma precisa estar viva, experimentar, descobrir, autodestruir-se e recriar… sentir quem ela verdadeiramente é, ou seja, Deus. A manifestação como um ser uno e completo tinha se despedaçado e precisava ser reconquistada pela experiência. Isto, por si mesmo, era uma grande proeza de criatividade. O nascimento da consciência do Eu foi uma espécie de milagre! Ela nunca tinha existido antes.
Com frequência vocês procuram transcender os limites da individualidade do Eu, para experienciar a integridade e a profunda unidade outra vez. Pode-se dizer que este é o verdadeiro objetivo da sua jornada espiritual. Mas, pensem um pouco: do ponto de vista de Deus, a individualidade do Eu, a separação, é que constitui o milagre! O estado de ser UM era a situação normal, “como sempre tinha sido”. No milagre de ser uma alma individual, oculta-se uma grande beleza, alegria e poder espiritual. O motivo de vocês não experienciarem isto desta forma, é que vocês ainda estão lutando com a dor do seu nascimento como almas. Em algum lugar nas profundezas do seu ser, ainda ressoa o grito primordial de angústia e sentimento de traição; é a lembrança de ter sido arrancado da sua Mãe/Pai, do onipresente manto de amor e segurança.
Na jornada através do tempo e da experiência, vocês passaram por muitas coisas. Vocês experimentaram todos os tipos de formas. Houve várias encarnações nas quais vocês não tinham a forma de um corpo humano, mas isto não é relevante agora. O que me importa, neste contexto, é que, através de toda essa longa história, vocês foram guiados por dois motivos diferentes. Por um lado, havia o prazer da exploração, criação e renovação, e, por outro, havia a saudade, a sensação de ter sido expulso do paraíso, e uma solidão insuportável.
Através da parte aventureira e progressiva de vocês, da energia que os empurrou para fora do útero cósmico, vocês vivenciaram e criaram muitas coisas. Mas, devido à saudade e à dor do nascimento que vocês carregam dentro de si, vocês também tiveram que lidar com muito trauma e desilusão. Assim, as suas criações nem sempre foram benevolentes. Durante a sua jornada através do tempo e do espaço, vocês fizeram coisas das quais se arrependeram mais tarde. Coisas que vocês poderiam chamar de “ruins” (entre aspas). Da nossa perspectiva, estas ações foram simplesmente o resultado da sua determinação de mergulhar na experiência e se aventurar no desconhecido. Vejam, a partir do momento em que vocês decidem tornar-se um indivíduo, separar-se da unidade incontestável, vocês não podem experienciar apenas a luz. Vocês têm que descobrir tudo de novo. Então, vocês vão experienciar inclusive a escuridão. Vocês vão experienciar tudo que existe, em todos os extremos.
No ponto de evolução em que vocês se encontram atualmente, vocês começam a entender que tudo se mantém ou cai com o poder que adquirem ao abraçarem verdadeiramente o seu Eu. É uma questão de abraçar verdadeiramente a sua própria divindade e, a partir dessa autoconsciência, vivenciar alegria e abundância. No instante do seu nascimento cósmico, no momento em que vocês foram envolvidos pela desolação e a dor, vocês começaram a se sentir pequeninos e insignificantes. A partir desse momento, vocês começaram a procurar alguma coisa que pudesse salvá-los – um poder ou força fora de vocês, um deus, um líder, um parceiro, um filho, etc. No processo de despertar que vocês estão vivenciando agora, vocês compreendem que a segurança essencial que vocês estão buscando não vai ser encontrada em nada que esteja fora de vocês, seja num dos pais, num amante, ou em um deus. Por maior que seja a intensidade com que esse desejo ou saudades seja disparado em um determinado relacionamento, vocês não encontrarão esta segurança básica nele, nem mesmo no seu relacionamento com Deus.
Pois o Deus no qual vocês acreditam – o Deus que lhes foi legado pela sua tradição e que ainda influencia intensamente a sua percepção – é um Deus que está fora de vocês. É um Deus que programa as coisas por vocês, que traça o caminho para vocês. Mas este Deus não existe. Vocês são Deus, vocês são a parte criativa de Deus que decidiu seguir o seu próprio caminho e experienciar as coisas de uma forma totalmente diferente. Vocês tinham certeza que conseguiriam curar-se da sua ferida primordial do nascimento.
Pode-se dizer que essa energia expansiva de exploração e renovação é uma energia masculina, enquanto a energia da unificação, da união, a energia do Lar, é feminina. Estas duas energias pertencem à essência de quem vocês são. Como almas, vocês não são nem masculinos nem femininos. Essencialmente, vocês são ambos – masculino e feminino. Vocês começaram a sua jornada com esses dois ingredientes. E agora chegou o momento de permitir que eles trabalhem juntos em harmonia, o que significa vivenciar verdadeiramente a totalidade no seu ser. Depois de terem negado a sua própria grandeza por tanto tempo, finalmente vocês vão começar a tomar consciência de que não há outra alternativa senão a de ser o Deus que vocês estão procurando.
Este é o último passo que vocês têm que dar em direção à iluminação: compreender que vocês são o Deus pelo qual vocês imploram. Não existe nada fora de vocês que possa levá-los ao âmago do seu próprio poder, à sua totalidade. Só vocês mesmos podem fazer isso; vocês são Deus e sempre foram! Vocês sempre estiveram esperando por vocês mesmos.
Acender esta chama de autoconsciência dentro de vocês lhes traz tanta alegria, uma sensação tão profunda de volta ao lar, que põe todos os seus relacionamentos dentro de uma nova perspectiva. Por exemplo, vocês se preocupam menos com o que as outras pessoas lhes dizem. Se alguém os critica ou duvida de vocês, vocês não consideram isso como algo pessoal. Vocês se sentem menos atingidos ou ansiosos para reagir. Vocês deixam isso passar com mais facilidade, e desaparece a necessidade de se defenderem – tanto para si mesmos quanto para a outra pessoa. Se vocês são facilmente abalados emocionalmente pelo que outra pessoa pensa de vocês, isso indica que existe uma desconsideração por si mesmos, que faz com que vocês deem crédito às opiniões negativas dos outros. Este falta de apreço por si mesmos não se resolve procurando um conflito com os outros, mas só voltando-se para o seu próprio interior e entrando em contato com suas feridas emocionais internas, pois elas são muito mais antigas do que esse momento específico de rejeição.
De fato, todas as dores de rejeição, todas as dores de relacionamentos, têm origem na dor primordial, na dor ainda não curada do nascimento. Pode parecer que Eu estou dando um passo muito grande aqui, pois existem vários tipos de situações complexas nos relacionamentos, que parecem indicar que a causa está mais próxima. Pode lhes parecer que a sua dor é causada por algo que o seu parceiro/a fez ou não fez. Pode lhes parecer que alguma coisa externa a vocês está causando a dor. Mas deixem que Eu lhes diga: basicamente vocês estão trabalhando na cura de uma dor antiga que está dentro de vocês mesmos. Se vocês não estiverem conscientes disto, vocês podem facilmente se enredar em problemas de relacionamentos, que podem ser extremamente dolorosos.
Especialmente em relacionamentos entre homem e mulher (relacionamentos amorosos), vocês frequentemente tentam forjar uma espécie de unidade e segurança entre ambos, que lembra o estado primordial de unidade do qual vocês têm uma vaga lembrança. Subconscientemente, vocês tentam recriar a sensação de estar confortavelmente envolvidos em um manto de amor e aceitação incondicionais. Existe uma criança dentro de cada um de vocês, que está chorando por essa aceitação incondicional. No entanto, se essa criança coloca seus braços ao redor da (parte) criança do seu parceiro/a, isto muito frequentemente resulta num controle sufocador, que bloqueia a auto-expressão genuína de ambos os parceiros.
O que acontece é que vocês se tornam emocionalmente dependentes e sempre vão precisar do amor ou da aprovação de outra pessoa para o seu bem estar. Dependência sempre acaba se transformando em questões de poder e controle, pois precisar de uma pessoa é o mesmo que querer controlar o comportamento dela. Este é o começo de um relacionamento destrutivo. Desistir da sua própria individualidade num relacionamento, guiados por um anseio subconsciente pela unidade absoluta, é destrutivo tanto para vocês mesmos quanto para a outra pessoa.
O verdadeiro amor entre duas pessoas mostra dois campos de energia que podem funcionar em completa independência um do outro. Cada um deles é uma unidade em si mesmo e se conecta com o outro na base da unidade. Em relacionamentos nos quais os parceiros dependem um do outro, encontramos um esforço não coordenado por uma “totalidade orgânica”: um não querendo ou não sendo capaz de funcionar sem o outro. Isto leva a um entrelaçamento de energias que pode ser observado no campo áurico de ambos como cordões, através dos quais os parceiros alimentam um ao outro. Eles se alimentam com as energias adicionais de dependência e controle. Este tipo de entrelaçamento de energia indica que vocês não se responsabilizam por si mesmos, que vocês não encaram a antiga ferida da alma que só vocês mesmos podem curar. Se vocês simplesmente se voltassem para essa dor mais profunda e assumissem a responsabilidade por si mesmos, veriam que vocês não precisam de ninguém mais para ser completos, e se libertariam do aspecto destrutivo do relacionamento.

RELAÇÕES CÁRMICAS

Neste contexto, Eu gostaria de dizer alguma coisa sobre “relacionamentos cármicos”. Com isso, Eu me refiro a relacionamentos entre pessoas que se conheceram em outras vidas e que experimentaram emoções intensas, um em relação ao outro. A característica de um relacionamento cármico é que os parceiros carregam emoções não resolvidas dentro de si, tais como culpa, medo, dependência, ciúme, raiva ou algo do tipo. Devido a essa “carga” de emoções não resolvidas, eles se sentem atraídos um ao outro em uma outra encarnação. O objetivo do reencontro é proporcionar uma oportunidade para se resolver o problema em questão. Isto acontece recriando-se o mesmo problema em um curto espaço de tempo. Quando eles se conhecem, os “jogadores” cármicos sentem uma compulsão de estar mais perto um do outro, e depois de algum tempo, eles começam a repetir os padrões emocionais dos seus antigos papéis. Então, o palco está armado para que ambos enfrentem um antigo problema de novo e talvez lidem com ele de uma forma mais iluminada. O propósito espiritual do reencontro, para ambos os parceiros, é que eles façam escolhas diferentes das que fizeram naquela vida passada.
Vou lhes dar um exemplo. Imaginem uma mulher que, numa vida passada, teve um marido que era muito possessivo e dominador. Ela aceitou isso durante algum tempo, mas chegou um ponto em que ela decidiu que já era o bastante e terminou o relacionamento. Um pouco mais tarde, o marido se suicida. A mulher sente remorsos. Ela acredita que é culpada – será que ela não deveria ter lhe dado mais uma chance? Ela carrega essa sensação de culpa consigo pelo resto da sua vida.
Então eles se encontram de novo em uma outra vida. Existe uma estranha atração entre eles. No começo, o homem é excepcionalmente charmoso e ela é o centro das atenções dele. Ele a adora. Eles começam um relacionamento. Desse momento em diante, ele se torna cada vez mais ciumento e possessivo. Ele suspeita de adultério por parte dela. Ela fica brava e aborrecida por ser acusada de algo que ela não fez, mas também sente uma estranha obrigação de ser tolerante e lhe dar uma outra chance. “Ele é um homem ferido” – ela pensa – “e não pode evitar esse medo de ser abandonado. Talvez eu possa ajudá-lo a superar isso.” Ela justifica seu próprio comportamento desta forma, mas na verdade ela permite que os seus limites pessoais sejam violados. O relacionamento afeta negativamente a sua auto-estima.
A escolha mais libertadora para essa mulher seria romper esse relacionamento, nesse instante, e seguir seu próprio caminho sem sentimentos de culpa. A dor e o medo que o seu marido sente não são responsabilidade dela. A dor dele e o sentimento de culpa dela levam-nos a um relacionamento destrutivo. O relacionamento deles já estava emocionalmente carregado por causa de uma outra vida. A razão para um novo encontro é que a mulher deve aprender a deixar as coisas acontecerem sem sentimentos de culpa, e que o homem deve aprender a se sustentar emocionalmente por si só. Então, a única solução verdadeira é romper o relacionamento. A solução para o carma da mulher é abandonar o seu sentimento de culpa finalmente. O “erro” que ela cometeu na sua vida passada não foi ter abandonado o marido, mas ter se sentido responsável pelo suicídio dele. A partida da sua esposa, nesta vida, faria o marido se confrontar outra vez com a sua própria dor e medo e lhe ofereceria a oportunidade de encarar suas emoções em vez de fugir delas.
Um encontro carmático pode ser reconhecido pelo fato de que a outra pessoa imediatamente lhes parece estranhamente familiar. Com muita frequência há também uma atração mútua, uma urgência “no ar”, que os impulsiona a estar juntos e descobrir um o outro. Se a oportunidade estiver disponível, essa forte atração poderá se transformar num relacionamento amoroso ou numa intensa paixão. As emoções que vocês experimentam podem ser tão avassaladoras, que vocês pensam que encontraram a sua alma gêmea. No entanto, as coisas não são o que parecem. Sempre haverá problemas em uma relação como essa, que virão à tona mais cedo ou mais tarde. Geralmente os parceiros acabam se envolvendo num conflito psicológico, cujos ingredientes principais são poder, controle e dependência. Desta forma, eles repetem uma tragédia que o seu subconsciente reconhece de uma vida anterior. Numa vida passada, eles podem ter sido amantes, pai e filho, patrão e funcionário, ou algum outro tipo de relacionamento. Mas sempre eles tocaram uma ferida interna profunda do outro, através de atos de infidelidade, abuso de poder ou, de um outro lado, uma afeição muito forte. Houve um encontro emocional profundo entre eles, que provocou cicatrizes profundas e trauma emocional. É por isso que as forças de atração, assim como as de repulsão, podem ser tão violentas quando eles se encontram novamente em uma outra encarnação.
O convite espiritual para todas as almas que estão enredadas desta forma é que cada um deixe o outro ir e se torne uma “entidade em si mesma”, livre e independente. Relacionamentos cármicos, como os que acabo de mencionar, quase nunca são duradouros, estáveis e amorosos. São relacionamentos muito mais destrutivos do que curadores. Com muita frequência, o propósito básico do encontro é que ambos consigam se desapegar do outro. Isto é algo que não pôde ser feito em uma ou mais vidas passadas, mas agora existe uma nova oportunidade para que cada um libere o outro com amor.
Se vocês se encontram em um relacionamento caracterizado por emoções intensas e que evoca muita dor e tristeza, mas do qual vocês não conseguem se libertar, por favor entendam que nada os obriga a ficar com a outra pessoa. Inclusive, percebam que é muito mais frequente que as emoções intensas estejam relacionadas com dor profunda do que com amor mútuo. A energia do amor é essencialmente calma e pacífica, alegre e inspiradora. Não é pesada, cansativa nem trágica. Se um relacionamento adquire estas características, é hora de abandoná-lo, ao invés de tentar “trabalhar nele” mais uma vez.
Algumas vezes, vocês se convencem de que precisam ficar juntos porque “compartilham o mesmo carma” e precisam “resolver algumas questões juntos”. Vocês utilizam a “natureza do carma” como um argumento para prolongar o relacionamento, enquanto vocês dois estão sofrendo imensamente. Na verdade, vocês estão distorcendo o conceito de carma aí. Vocês não resolvem um carma juntos: o carma é uma coisa individual. O carma que está em jogo em relacionamentos, como os mencionados anteriormente, geralmente requer que vocês se desapeguem completamente um do outro, que vocês se afastem de tais relacionamentos, para que possam experienciar que vocês são completos em si mesmos. Repito: resolver um carma é algo que cada um faz sozinho. Uma outra pessoa pode tocar ou disparar algo em vocês que cria bastante drama entre ambos. Mas a tarefa e o desafio exclusivos de cada continuam sendo lidar com a sua própria ferida interna e não com as questões da outra pessoa. Cada um tem responsabilidade apenas por si mesmo.
É importante entender isto, porque esta é uma das principais armadilhas nos relacionamentos. Vocês não são responsáveis pelo seu parceiro e ele não é responsável por vocês. A solução dos seus problemas não está no comportamento da outra pessoa. Muitas vezes, vocês ficam tão ligados à criança interior do seu parceiro – à parte emocionalmente ferida de dentro dele – que sentem que vocês é que têm que resgatá-la. Ou o seu parceiro pode estar tentando fazer o mesmo com vocês. Mas isto não vai funcionar, porque vocês estarão reforçando a sensação de impotência e o sentimento de vítima da outra pessoa, quando, em última análise, seria mais proveitoso se vocês fixassem os limites e cada um se mantivesse por si mesmo. Esta é a condição mais importante para um relacionamento verdadeiramente satisfatório.

RELACIONAMENTOS CURADORES

Existem relacionamentos curadores e destrutivos. Uma característica dos relacionamentos curadores é que os parceiros respeitam um ao outro como ele é, sem que um tente mudar o outro. Eles sentem muito prazer na companhia do outro, mas não se sentem inquietos, desesperados ou sós quando o outro não está por perto. Neste tipo de relacionamento, cada um oferece compreensão, amparo e encorajamento ao seu ente querido, sem tentar resolver os problemas dele. Existe liberdade e paz nesse relacionamento. É lógico que pode haver desentendimentos, de vez em quando, mas as emoções que eles provocam têm vida curta. Os dois parceiros estão preparados para perdoar. Existe uma conexão entre seus corações e, como resultado disso, eles não tomam as emoções e os erros do outro como algo pessoal. Como isso não atinge uma camada mais profunda de dor, eles não lhe dão tanta importância. Emocionalmente, ambos os parceiros são independentes. Eles não retiram sua força e bem-estar da aprovação ou da presença do seu parceiro. Um não preenche um vazio na vida do outro, mas lhe acrescenta algo novo e vital.
Em um relacionamento curador, os parceiros podem inclusive se conhecer de uma ou mais vidas passadas. Mas, nestes casos, raramente existe uma carga emocional cármica como a descrita acima. Essas duas almas podem ter se conhecido numa vida passada de uma forma essencialmente encorajadora e sustentadora. Como amigos, parceiros ou como pai e filho, eles reconheceram um ao outro como companheiros de alma. Isso cria um laço indissolúvel entre ambos através de várias vidas.
Darei um outro exemplo. Um jovem cresce numa família pobre em algum lugar na Idade Média. Ele é bondoso e sensível por natureza e não se adapta muito bem ao seu ambiente. Sua família é formada por pessoas que trabalham duro, pessoas um tanto rudes, que dão pouca importância à sua natureza sonhadora e nada prática. Quando ele já está crescido, ele entra para um mosteiro. Ele também não é feliz lá, porque a vida é rigidamente regulamentada e não existe calor humano nem companheirismo entre as pessoas que vivem lá. No entanto, há um homem ali que é um pouco diferente. É um padre, que tem um posto elevado, mas que não tem nenhum ar de autoridade e que está realmente interessado nele. De vez em quando, ele lhe pergunta como as coisas estão indo e lhe dá algumas tarefas agradáveis, como jardinagem. Cada vez que eles olham um para o outro, existe uma sensação de reconhecimento, algum tipo de afinidade entre eles. Há uma conexão silenciosa que vem do coração. Embora eles não se encontrem sempre nem conversem muito, o padre é uma fonte de esperança e encorajamento para o jovem.
Numa encarnação posterior a essa, esse homem é uma mulher. Mais uma vez, ela tem uma natureza bondosa e sonhadora. Ela tem dificuldade para se manter sozinha. Quando se torna adulta, ela se vê atolada num casamento com um homem muito autoritário e dominador. No começo, ela foi atraída pelo seu notável e poderoso carisma, mas mais tarde ela percebe o quanto o domínio dele a restringe e oprime. Entretanto, ela acha muito difícil libertar-se dele. No seu trabalho, algumas vezes ela menciona essa questão para um colega, um homem um pouco mais velho que ela. Ele a encoraja a se manter por si mesma e permanecer fiel às suas próprias necessidades. Cada vez que ela conversa com ele, ela sabe intuitivamente que ele está certo. Aí, depois de muito conflito interior, ela acaba se divorciando do marido. Então, o contato com aquele colega muda. Ela sente afeição por ele. Ela descobre que ele é solteiro. Ela se sente tão à vontade com ele, que parece que eles se conhecem há séculos. Eles começam um relacionamento, que é afetuoso, relaxado e encorajador para ambos. A simpatia que fluía entre eles numa vida passada, agora toma a forma de um relacionamento satisfatório como marido e mulher.
Isto é um relacionamento curador. A mulher tomou uma decisão essencial ao abandonar o marido e escolher por si mesma. Com isso, ela afirmou a sua independência emocional. Isto criou a base para um relacionamento equilibrado e amoroso com uma alma afim.

ALMAS GÊMEAS

Neste ponto, Eu gostaria de falar alguma coisa sobre o conceito de almas gêmeas, que provavelmente é familiar para vocês. A idéia de almas gêmeas exerce uma profunda atração sobre vocês. No entanto, ele é potencialmente muito perigoso, porque pode ser interpretado de forma a reforçar a dor do nascimento e a dependência emocional em cada um de vocês, em vez de solucioná-las. Isto acontece quando vocês concebem o conceito de almas gêmeas de forma que exista uma outra pessoa que se adapte perfeitamente a vocês e que os torne “completos”. Esta idéia concebe a alma gêmea como a sua “outra metade”. Então vocês assumem que a unidade e a segurança, que vocês tanto desejam, serão encontradas em outra pessoa que combina perfeitamente com vocês.
De acordo com esta noção “imatura” de almas gêmeas, as almas são consideradas como duas metades que, juntas, formam uma unidade. Geralmente, as duas metades são respectivamente masculina e feminina. Então, esta idéia sugere, não só que vocês são incompletos em si mesmos, mas que também são essencialmente “masculinos” ou “femininos”. Provavelmente vocês podem perceber que esta noção de almas gêmeas não é saudável nem curadora, do ponto de vista espiritual. Ela torna vocês dependentes de algo fora de vocês. Ela nega a sua origem divina, que pressupõe que vocês são TUDO, masculino e feminino, e que vocês são inteiros e completos em si mesmos. Ela cria todo tipo de ilusão que os leva para muito longe do Lar. E por “Lar”, Eu quero dizer o seu próprio ser, a divindade do seu Eu. Nenhuma alma é a metade de qualquer outra pessoa.
Almas gêmeas realmente existem, e elas são literalmente o que essa palavra sugere: elas são gêmeas. Elas são almas com a mesma “tonalidade de sentimento” ou vibração, ou – pode-se dizer – com o mesmo momento de nascimento, como é o caso dos gêmeos biológicos. O momento particular de nascimento, esse momento único no tempo e no espaço, contribui para uma carga única de tonalidade de sentimento dentro das almas que nascem. Elas não dependem uma da outra de nenhum modo. Elas não são nem masculinas nem femininas. Mas elas certamente estão sintonizadas uma com a outra, como espíritos aparentados.
Qual é o motivo para a criação de almas gêmeas? Por que elas existem? Ah… vocês geralmente pensam que a razão de ser de alguma coisa é o processo de aprendizado e seus efeitos. Mas este não é o caso das almas gêmeas. O motivo da existência de almas gêmeas não é aprender alguma coisa. O propósito é simplesmente alegria e criatividade. As almas gêmeas não têm nenhuma função na dualidade. Vocês encontrarão suas almas gêmeas quando estiverem transcendendo a dualidade, quando se identificarem novamente com o Deus dentro de vocês, que é inteiro e indivisível e que é capaz de tomar qualquer forma ou aparência. As almas gêmeas se reencontram na sua jornada de volta ao Lar.
Vamos voltar um pouco ao começo da jornada. No momento em que vocês abandonam o estado de unidade e se tornam indivíduos, vocês entram na dualidade. De repente passa a existir escuridão e luz, grande e pequeno, doente e saudável, etc. A realidade se dissocia. Vocês não têm mais ponto de referência para o que vocês realmente são. No começo, vocês se identificavam como “uma parte do todo”. Agora, vocês são uma parte isolada do todo. Mas, sem o seu conhecimento consciente, vocês são acompanhados por alguém que é igual a vocês, que se parece com vocês tão exatamente como nada mais poderia parecer. Vocês ocupavam o “mesmo lugar” no manto da unidade, tão próximos um do outro, que vocês não sabiam que eram dois, até que nasceram. O que os conecta é algo além da dualidade, algo que antecede a história da dualidade. Isto é difícil de se expressar apropriadamente em palavras, porque desafia a sua definição corrente de identidade, segundo a qual vocês ou são um ou são dois e não podem ser ambos ao mesmo tempo.
Então, vocês dois empreenderam uma viagem, uma longa viagem, através de muitas experiências. Ambos experienciaram os extremos da dualidade, para descobrir gradualmente que a sua essência não se encontra na dualidade, mas fora dela, em algo que é subjacente a ela. Logo que vocês se tornam profundamente conscientes dessa unidade implícita, a sua jornada de volta começa. Pouco a pouco, vocês se tornam menos ligados a coisas externas, como poder, fama, dinheiro ou prestígio. Cada vez mais, vocês compreendem que a chave não é o que vocês experienciam, mas como o experienciam. Vocês criam sua própria felicidade ou infelicidade através do seu estado de consciência. Vocês descobrem o poder da sua própria consciência.
Depois de passarem por todos os altos e baixos da dualidade, há um momento em que vocês encontram a sua alma gêmea. Na energia e aparência da sua alma gêmea, vocês reconhecem uma parte muito profunda de si mesmos, sua essência além da dualidade e, através desse mesmo reconhecimento, vocês começam a entender melhor a si mesmos e tornam-se conscientes de quem vocês realmente são. O seu gêmeo é um ponto de referência para vocês, que os leva para fora das crenças limitadoras com as quais vocês foram alimentados e que vocês assumiram nesta vida e em outras vidas passadas. Vocês se libertam ao enxergarem esse reflexo de si mesmos no seu gêmeo. Isto é como um lembrete e não tem nada a ver com dependência emocional. O encontro entre vocês dois ajuda cada um de vocês a se tornar um indivíduo mais forte e autoconsciente, expressando a sua criatividade e amor na Terra. Esse encontro acelera a sua jornada de volta, já que os ajuda a se elevar a um nível superior de unidade, enquanto conservam e expressam completamente o seu eu, a sua individualidade única.
Em última instância, todos nós somos um. Somos sustentados por uma energia que é universal e está em todos nós. Mas, ao mesmo tempo, existe individualidade em todos nós. A alma gêmea é a ligação entre a individualidade e a unidade. É como um degrau para a unidade. Se vocês se conectam com suas almas gêmeas, consciente e materialmente, vocês provocam a criação de uma coisa nova:- uma terceira energia é gerada a partir da combinação das suas ações. Essa energia sempre ajuda a ampliar a consciência da unidade, numa escala maior do que se fossem somente as duas. Como as almas gêmeas estão no seu caminho de volta ao Lar, elas sentem-se inspiradas a ancorar as energias de amor e unidade na Terra, e fazem isso de uma forma que está de acordo com seus talentos e habilidades únicas. Deste modo, as almas gêmeas adoram construir degraus entre “ser um” e “ser Um”.
Existe uma ligação profunda entre almas gêmeas, mas isto não altera o fato de que elas são unidades completas em si mesmas. A sua união gera amor e alegria e o seu encontro aumenta a criatividade e a auto-realização. Elas apóiam uma à outra, sem cair na armadilha da dependência emocional ou do hábito. O amor entre almas gêmeas não é para que um complete o outro, mas para criar algo novo: em vez de os dois se tornarem um, os dois devem se tornar três.

CURA DA DOR DO NASCIMENTO CÓSMICO

Em algum momento, vocês encontrarão a sua alma gêmea. Por favor, permitam que este conhecimento seja o suficiente para vocês. Tentem não se envolver com esperanças e expectativas que poderiam tirá-los do aqui e agora. O que importa, neste preciso momento, é que vocês compreendam completamente que o amor e a segurança, que vocês tanto desejam, está presente dentro de si mesmos. A chave é compreender que esta absoluta auto-aceitação nunca lhes poderá ser dada por mais ninguém, nem mesmo por sua alma gêmea.
Não apenas nos relacionamentos amorosos, mas também nos relacionamentos entre pais e filhos, existe a tentação de encontrar a unidade absoluta ou a segurança um no outro. Pensem num pai que secretamente deseja que seu filho realize todos os sonhos que ele mesmo não conseguiu concretizar; ou num filho que, já adulto, ainda se prende aos seus pais e os considera como seu porto absolutamente seguro.
É importante que vocês se conscientizem das dinâmicas e motivos por trás dos seus relacionamentos, e curá-los à luz da sua consciência. As suas saudades cósmicas não serão curadas por um relacionamento nem em um relacionamento. Isto será feito apenas por vocês mesmos, através da completa conscientização de quem vocês são, através da percepção da sua própria luz, beleza e divindade. Este é o destino da sua jornada.
Inclusive, vocês não retornarão ao estado de unidade do qual vocês vieram. O “manto de amor” do qual vocês nasceram constituiu o seu estágio embrionário. Agora, vocês estão se tornando deuses amadurecidos. Vocês criarão campos de absoluta segurança e amor a partir dos seus próprios corações e permitirão que outros participem disto, sem nenhuma condição. Esta é a essência de Deus: amor incondicional que irradia, cria e cuida sem nenhuma programação, nem nenhum cálculo.
Agora Eu gostaria de pedir a cada um de vocês que fique em silêncio por alguns instantes e sinta verdadeiramente o seu Eu, o seu ser único em você mesmo. Se estiver rodeado de pessoas, então sinta mais intensamente o seu “Eu”. Incondicionalmente, você é essa parte de Deus. Não é algo que possa ser tirado de você, mas uma presença inegável que É.
E agora sinta como o fato inegável da presença do seu Eu pode ser uma fonte de alegria e força para você. Diga sim para o milagre do seu próprio ser e abrace-o. “Sim, Eu sou Eu. Eu sou separado e único, meu próprio ser. Eu posso me conectar profundamente com outros, mas também me conservar sempre um ‘Eu’.” Você pode pensar que há solidão e desolação, por trás deste fato, mas por favor vá além destes pensamentos e sinta o poder e vitalidade dentro de você. Se você realmente disser “sim” para a sua individualidade, você experimentará confiança e fé em si mesmo. Com base nisto, você criará relacionamentos amorosos, e a solidão e a desolação se dissolverão.
Quando sentimentos de solidão e desolação tomarem conta de você, pegue a sua criança interior no colo. Observe a dor dessa criança. Ela anseia pela total segurança que ela conheceu um dia, como um embrião. Ela quer ver essa segurança refletida no rosto do seu parceiro, no rosto do seu filho, no rosto da sua mãe ou do seu pai, no rosto do seu terapeuta... Então, mostre a essa criança o seu rosto. Para essa criança, você tem o rosto de um anjo. Você tem o poder de curar essa criança da forma mais absoluta que você pode sonhar. Nem Eu, nem nenhum “mestre” é capaz de fazer isto por você. Nós só podemos lhe mostrar a direção. Você mesmo é o seu próprio salvador.
Finalmente, Eu gostaria de convidar todos vocês a sentir a união de todos nós juntos, por uns instantes. Mesmo se vocês não estiverem presentes, se estiverem lendo este material, sintam a nossa conexão. Não focalizem o Eu agora, mas a nossa união, de uma forma bem livre e tranquila. Sintam a energia, sintam aquilo que nos une. É um anseio pelo estado de totalidade. Agora, imaginem que nós estamos rodeados pela energia mais poderosa que existe, a energia dos seus seres despertos, a energia do anjo dentro de vocês. Vamos inspirar esta energia e vamos nos dar uns minutos para senti-la profundamente dentro de nós.

Obrigado pela sua presença.
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